Braga Netto diz que ex-comandantes faltaram com empatia a Bolsonaro
General salientou que ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica faltaram com empatia com Bolsonaro, que sofria de erisipela em 2022
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O general Braga Netto afirmou, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), que os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica faltaram com empatia em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Braga Netto prestou interrogatório na tarde desta terça-feira (10/6), no âmbito da ação penal que investiga uma suposta trama golpista. O general e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro afirmou que não tinha discordância com o general Freire Gomes e o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, mas que a dupla não demonstrava empatia pelo ex-presidente, que sofria com erisipela no fim do mandato, em 2022.
“Era uma questão de empatia. Eu ava todo dia de manhã, uma vez de manhã e uma vez de tarde [no presidente]. Quando o pessoal falava que ele estava deprimido, ele tava com aquela doença na perna. Era uma coisa muito feia e aquilo tava abatendo o presidente porque não conseguia curar. Eu achava que faltava da parte deles uma empatia maior para saber do presidente, dar uma atenção maior ao presidente. Eles não procuravam [o presidente]”, disse Braga Netto.
Os dois militares foram arrolados como testemunhas de acusação pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação da suposta trama golpista. Enquanto Baptista Júnior afirmou, em depoimento, que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro em caso de tentativa de golpe, o ex-comandante do Exército recuou na oitiva.
Sem ataque a comandantes
Braga Netto negou que teria coordenado os ataques sofridos nas redes sociais pelos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica.
“Eu me recordo dessas mensagens, que eu vi no inquérito. No inquérito elas estão descontextualizadas. Eu jamais coordenei ou ordenei ataques a nenhum dos chefes militares. Pelo contato que eu tinha com eles, se eu tivesse falado algo com eles, eu falaria pessoalmente. Eu não coordenei.”
Braga Netto é um dos oito réus do chamado “núcleo 1” da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O militar está preso e participou do interrogatório por videoconferência.