Gleisi Hoffmann defende cobrança de 5% sobre títulos isentos de IR
Ministério da Fazenda trabalha em uma medida provisória que estipula a cobrança de Imposto de Renda de 5% para títulos de investimentos
atualizado
Compartilhar notícia

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a cobrança de Imposto de Renda (IR) de 5% para títulos de investimentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). A declaração da petista ocorreu nesta quarta-feira (11/6), no Tribunal de Contas da União (TCU).
O Ministério da Fazenda trabalha em uma medida provisória (MP) para compensar o recuo no decreto de alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Uma das alternativas estudadas é o início de cobrança dos títulos de renda fixa, ponto criticado por representantes do agronegócio e também do setor imobiliário.
“Eu acho muito justo que se pague um pouco, porque nós aqui, os trabalhadores médios, uma professora, paga até 27,5% de Imposto de Renda. Então, nós não estamos falando de desestabilização de fundos nem de encarecimento de crédito. Vamos lembrar que esses setores são altamente subsidiados pelo Estado brasileiro. Os subsídios na área, principalmente da agricultura e do agronegócio, vão chegar a quase R$ 165 bilhões”, disse a ministra.
Gleisi Hoffmann participou, nesta quarta, da apreciação das contas prestadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) referente ao ano de 2024.
A ministra das Relações Institucionais também argumentou ser necessário aumentar a tributação dos sites de apostas esportivas, as “bets”. Segundo ela, essas empresas não trazem retorno financeiro para o Brasil, seja em investimentos, seja em geração de emprego.
“Assim como eu não vejo problema em aumentar a tributação de bets, nós temos um problema hoje com as bets, que são todos jogos por celular”, pontuou Gleisi.
Além da MP, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo vai apresentar um decreto para recalibrar as alíquotas sobre o IOF. Além da revisão de isenções fiscais, orçadas em R$ 800 bilhões.
A expectativa é de que tanto o decreto quanto a MP sejam publicadas ainda nesta semana.