Quem é o servidor apontado pelo MP com o chefe do esquema na Novacap
Ex-diretor financeiro da estatal, o homem é o principal investigado pelo MPDFT na apuração de um robusto esquema de corrupção
atualizado
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Apontado como chefe do esquema milionário envolvendo servidores da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e empresas contratadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, é o principal alvo na investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que resultou na Operação Coringa, deflagrada na manhã desta quinta-feira (12/6).
Formado em Contabilidade, o homem ocupava, até esta quinta (12), a função de Chefe do Departamento Financeiro (DFI) da Novacap. Mesmo sendo réu em uma ação penal da Operação Alta Conexão, deflagrada em 2022, o homem continuava exercendo influência sobre os pagamentos da estatal.
Além de estar na chefia das finanças, o homem já havia ocupado outras posições estratégicas no órgão público, como diretor executivo e chefe do departamento de contabilidade.
A família de Chiquinho é ligada ao supermercado “O De Casa”. O estabelecimento é apontado como sendo um dos meios de escoamento do dinheiro adquirido de forma ilícita.
Durante a deflagração da operação nesta quinta (12), os promotores encontraram um R$ 1 milhão dentro de uma caixa de papelão escondida no estabelecimento.
Ficou constatado pelos investigadores que as irmãs e a esposa de Chiquinho, identificada como Maria Bernadete, participaram da lavagem de dinheiro. Os valores também eram movimentados em espécie e transferidos a terceiros.
Com a ação, a Justiça determinou o afastamento de Francisco José da função pública; bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados; bloqueio de cerca de R$ 1 milhão em contas bancárias; bloqueio de uma aeronave e uma embarcação.
O papel do líder
De acordo com as investigações, à frente da engrenagem criminosa, Francisco coordenava o favorecimento de empresas em processos internos da Novacap. Em troca de propina, ele teria articulado junto a outros servidores a aceleração no ree de recursos públicos às construtoras contratadas.
Familiares do chefe do esquema também estão envolvidos na corrupção. As contas bancárias de familiares de Chiquinho eram, supostamente usadas, para movimentar e lavar o dinheiro. Identificadas como Emilene Ferreira da Costa e Maria Emília Neta do Nascimento, duas irmãs do homem receberam pelo menos R$ 935 mil em depósitos de origem ilícita
O outro lado
Procurada pelo Metrópoles, a Novacap informou, por meio de nota, que a sede do órgão “sofreu busca e apreensão conduzida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), onde foram apreendidos documentos, cinco computadores e um pen-drive no departamento financeiro da empresa.”
A companhia também informou que as investigações transcorrem de maneira sigilosa na Justiça, e, por esse motivo, não tem o ao conteúdo da Investigação. “Porém, reforça que colabora integralmente fornecendo todas as informações solicitadas pelas autoridades competentes, e reitera seu compromisso com a transparência e a legalidade nos processos de contratação pública.”