Vídeo: população de Gaza briga por comida em meio a bloqueio de Israel
Quase todos os dias, o exército israelense abre fogo contra uma multidão que sofre com a fome na Faixa de Gaza
atualizado
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Um sistema de saúde à beira do colapso, dezenas de mortos, centenas de feridos. Quase todos os dias, o exército israelense abre fogo contra uma multidão que sofre com a fome na Faixa de Gaza.
Milhares de pessoas se reúnem perto dos centros de distribuição de ajuda humanitária, arriscando suas vidas em busca de alimentos. Os poucos hospitais ainda em funcionamento no enclave estão lutando para lidar com o fluxo constante de feridos.
Uma reportagem do jornal The New York Times mostra dois jovens moradores de Gaza, Salem Madhat Alaydi e Aya Ehab Zaid, lutando contra a fome.
Veja o vídeo:
Salem Alaydi mora no norte de Gaza e conta que precisa caminhar uma hora por dia até um refeitório comunitário para alimentar sua família de sete pessoas.
“Eu tenho que andar quase um hora para chegar aqui e, além disso, preciso esperar longas horas. O problema é que depois de três ou quatro horas, a comida acaba, então, você pode conseguir ou não comida”, relata Salem.
O local era um salva-vidas para centenas de outros moradores de Gaza até fechar no final de maio, agora a família de Salem compra comida com o dinheiro que um parente que mora em outra região manda. É importante destacar que com a dificildade da chegada de alimentos, o preço das compras é elevadíssimo.
Ofensivas em Gaza
- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou, no final de maio, que suspendeu de forma parcial o bloqueio de suprimentos de ajuda humanitária imposto à Faixa de Gaza desde 2 de março.
- O bloqueio agravou a crise huminitária no território conflagrado, o que levou líderes internacionais a pressionarem o premiê israelense.
- Israel voltou a atacar o Hamas na Faixa de Gaza no dia 18 de março, resultando em mais de 3 mil mortes e 10 mil feridos, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, em Gaza.
Próximo à Cidade de Gaza, Aya Zaid istra seu próprio refeitório comunitário, usando doações que recebe on-line.
“Distribuir comida não é seguro de forma alguma. Às vezes você trabalha sob disparos e bombardeios. As pessoas, na maioria das vezes, estão muito cansadas e famintas, o que pode geral tumulto, especialmente quando a comida não é o suficiente”, relata ao NYT.
Aya foi deslocada mais de 15 vezes e afirmou estar determinada a continuar servindo comida para sua comunidade.
“Eu vi com meus próprios olhos a extensão do sofrimento no dia a dia. E, infelizmente, um de muitos desafios que tenho é que eu nem sempre tenho dinheiro suficiente para comprar todos os ingredientes. Todo dia eu recebo ligações de pessoas que vivem em campos de apoio, pedindo água ou comida. Então, eu, realmente, não posso parar com isso, mesmo com as circustâncias que minha família e eu estamos vivendo aqui”, diz Aya.
Devido ao valor de sua atividade, a jovem afirma que não pode ignorar esses apelos. “Eu sinto que eu preciso continuar mesmo que se a situação seja sombria”, destaca Aya.
Intensificação das hostilidades
Na região de Khan Yunis, no sul de Gaza, vários hospitais estão praticamente fora de atividade “devido à intensificação das hostilidades”, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Na segunda-feira (9/6), seu diretor emitiu um alerta sobre os últimos hospitais em funcionamento, como o Al-Nasser e o Al-Amal, em Khan Yunis. Embora o exército israelense afirme que não exige que os hospitais sejam evacuados como parte de suas operações contra o Hamas, as pessoas não têm mais o a eles.
Raed el-Nims é o porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, a organização que istra o hospital Al-Amal de Khan Yunis, que está funcionando da melhor forma possível.
“O hospital está funcionando plenamente para os pacientes de lá. Mas o hospital está localizado dentro do perímetro das evacuações forçadas decretadas pelo exército israelense. Esperamos que as pessoas voltem a ter permissão para ir ao hospital livremente e com segurança para tratamento”, explica.
Essas restrições de tráfego também estão afetando o abastecimento dos hospitais que ainda estão em atividade. Isso se aplica principalmente a medicamentos e outros produtos de saúde, mas também ao combustível, que é essencial para a operação dos geradores elétricos que mantêm os serviços vitais do hospital em funcionamento.
Com informações do portal RFI, parceiro do Metrópoles.